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Governos estão firmando parcerias com fabricantes do setor para produzir motocicletas elétricas e substituir a frota movida a combustão por modelos mais ecológicos
Texto: Joelma Farias
Fonte: Electrek
O mercado mundial de veículos elétricos está em franca expansão pela economia e pela sustentabilidade, e deve crescer ainda mais nos próximos anos. As motos elétricas são exemplos disso.
Na Europa, há um avanço lento e seguro na transição de motocicletas com motores movidos a combustão (poluentes e barulhentos) para os modelos elétricos (silenciosos e eficientes).
A Ásia, por exemplo, fez progressos importantes para colocar nas ruas mais motocicletas elétricas e a América do Norte também investe na eletrificação da sua frota, mas sem grandes destaques. Mas é o Continente Africano quem tem apresentado planos mais ambiciosos para colocar milhões de e-motos nas ruas.
Grande parte da África é dominada por motocicletas, que são especialmente populares entre mototaxistas (mais conhecidos como boda boda) por ser um veículo prático e econômico. Elas são os principais meios de transporte em cidades onde o trânsito é congestionado, tem bom desempenho em terrenos irregulares e, às vezes, é o único meio de transporte em determinadas regiões.
E é graças aos programas governamentais que facilitaram a entrada de empresas fabricantes de motocicletas elétricas, os milhares de veículos poluentes deverão ser substituídos por modelos mais ecológicos nos próximos anos.
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Empresas que estão fazendo a mudança acontecer em diferentes países
No início deste ano, Uganda ganhou as manchetes com um plano para oferecer motocicletas elétricas gratuitas a todos os seus mototaxistas.
Recentemente, o presidente do Quênia William Ruto, declarou que tem grandes ambições em termos de moto elétrica, ao anunciar que pretende colocar 1 milhão de motocicletas elétricas e 3.000 estações de carregamento/troca de baterias no país. O plano envolve a parceria com a Spiro, startup africana especializada em troca de baterias e motocicletas elétricas.
Anteriormente conhecida como Mauto, a Spiro já colocou 4.500 motocicletas elétricas nas estradas de Ruanda, Benin e Togo. A princípio a empresa possui cerca de 10.000 motocicletas elétricas operando na África, mas tem planos de ampliar significativamente a frota em outros países do continente, o que representaria um grande salto nas operações da empresa. A startup de motocicletas elétricas não é a única que trabalha para suprir as necessidades da África por veículos elétricos eficientes e de pequeno porte. Várias outras surgiram nos últimos anos.
A Roam, uma empresa sueca e queniana especializada em veículos elétricos, abriu recentemente uma nova unidade de produção de 10.000 metros quadrados em Nairóbi para produzir a motocicleta elétrica Air. Empresas como a Zembo demonstraram a capacidade das estações de troca manual de baterias para fornecer trocas de baterias rápidas e eficientes para manter os passageiros na estrada durante os turnos de um dia inteiro.
A mudança é única porque a maioria das motocicletas elétricas são produzidas na China, mas a África tem demonstrado uma forte vontade de desenvolver seus veículos utilizando a produção local. Combinado com o forte apoio governamental dos principais países africanos, o continente poderá estar no bom caminho para se tornar um líder na adoção de veículos elétricos de duas rodas.